A Agência Nacional de Saúde (ANS) e as operadoras esperam um reajuste em torno de 16% nos planos de saúde para este ano. Esse reajuste, se implementado, será o maior desde o ano de 2016, onde foi aplicado 13,57%

A previsão do incremento nos valores foi revelada em audiência pública da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados e os motivos para um reajuste tão expressivo tem relação com alguns fatores:


1 – Redução dos preços dos planos durante a pandemia

Ao longo de 2020, em virtude da pandemia os gastos do setor com atendimento assistencial oriundos de procedimentos como consultas, exames, internações sofreram queda significativa comparado aos anos anteriores, tendo em vista que o distanciamento social foi uma das medidas protetivas utilizadas.

Com essa justificativa, a ANS obrigou uma redução nos planos de saúde em -8,19% (redução dos valores)


2 – Demanda reprimida pelas consultas e exames no período de isolamento

De acordo com o Sr. Marcos Novais, superintendente executivo da Associação Brasileira dos Planos de Saúde, a pandemia provocou uma redução das despesas em 2021, mas os custos voltaram a crescer consideravelmente agora. “Esse é um ciclo da pandemia. A pandemia gerou uma distorção nas nossas despesas. As despesas em um momento caem e, em um outro momento, elas explodem”, disse.

Com a diminuição dos casos de COVID e a flexibilização das regras sanitárias, os beneficiários estão voltando a fazer suas consultas e exames, gerando assim uma concentração na utilização dos planos de saúde.


3 – Aumento internacional nos preços dos insumos e materiais

Outros fator que impactaram, foram a inflação mundial de insumos (materiais, equipamentos e medicamentos) e a alta exponencial do dólar, moeda atrelada a grande parte dos insumos médico-hospitalares utilizados no Brasil.

“Vale lembrar que continuamos enfrentando uma inflação global de material médico e medicamentos. Esses medicamentos podem ter ficado de 10 a 30 vezes mais caros durante a pandemia. Os materiais descartáveis ficaram muito mais caros e até hoje não normalizaram. Isso tudo teve um impacto importante no setor”, afirma o superintendente executivo da Abramge, Marcos Novais.


Para quando será o reajuste ?

Após o cálculo e a definição do índice pela ANS, o reajuste será aplicado pelas operadoras a partir da data de aniversário do contrato, ou seja, no mês de contratação do plano. A base anual de incidência é de maio até abril do ano seguinte.

Isso significa que o teto máximo de aumento poderá ser usado como referência até abril de 2023. Em caso da decisão da ANS só ocorrer depois de maio, será permitida aplicação retroativa do reajuste.