CID (Classificação Internacional de Doenças) é um documento organizado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) para listar em detalhes e de forma organizada e padronizada, doenças, lesões ou causas de morte que já foram identificadas pela Medicina.

A versão do documento até então era a CID-10, lançada em 1992 e atualizada pontualmente a cada 3 anos por profissionais de várias partes do mundo.

Depois de passar por uma análise exaustiva, onde a OMS recebeu mais de 10 mil propostas de revisão, finalmente a nova versão estará disponível e passará a vigorar a partir de janeiro de 2022.

Novidades

A Classificação atualizada é muito mais abrangente que a versão anterior, pois consta com cerca de 55 mil códigos de lesões, doenças e causas de morte.

Entre as novidades da publicação, estão a simplificação da estrutura de codificação e ferramentas eletrônicas, a inclusão do transtorno dos jogos eletrônicos como um dos problemas de saúde mental, alinhamento global à resistência microbiana além de capítulos inéditos sobre medicina tradicional e saúde sexual.

Outra facilidade é que a nova CID-11 agora é totalmente eletrônica, sendo mais fácil de usar e menos propensa a erros, de acordo com a própria OMS.

Velhice não é doença

A nova CID-11 gerou diversas discussões antes mesmo da sua efetivação. O caso mais recente do estava relacionado com a inclusão do código MG2A, que nada mais é que a inclusão da “velhice” no rol das doenças.

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia era contra a nova classificação, uma vez que pode incentivar o preconceito aos idosos em virtude da idade, qualificando o envelhecimento como algo negativo.

Alguns problemas poderiam ocorrer com a adoção dessa nova codificação, como o uso exaustivo desse código como causa da morte e assim os dados estatísticos ficariam comprometidos. E na questão dos planos de saúde existia ainda o risco de configurar a velhice como doença pré-existente e a judicialização por parte das seguradoras.

Após uma enxurrada de críticas de organizações científicas essa polemica foi resolvida no último dia 16/12, onde a OMS mudou a expressão para “declínio da capacidade intrínseca associado ao envelhecimento”, ao invés de apenas “velhice”. A mudança, apesar de sutil, evita que a velhice, propriamente dita, seja classificada por médicos como uma doença, e não um facilitador de condições debilitantes.

Sem dúvida alguma o CID gera inúmeras discussões e polêmicas, e uma nova versão sempre causa um grande impacto em diversos setores da saúde, porém ela já é uma das principais ferramentas epidemiológicas do cotidiano do médico.

Confira a lista de códigos atualizada.