A economia brasileira teve uma ligeira recuperação no ano de 2019 e isso pode ser comprovado através dos dados divulgados pelo IBGE nesse início de ano.

Segundo o instituto de pequisas, no ano de 2019, a taxa média de desemprego foi de 11,9%, ante 12,3% em 2018. Também no ano, a pesquisa apontou um contingente de 12,6 milhões de pessoas desocupadas, 1,7% a menos que em 2018.

De acordo com o levantamento, do acréscimo de 1,8 milhão no número de ocupações em 2019, 360 mil foram com carteira assinada; e a maior parte, 958 mil, são ocupações de trabalhadores por conta própria, dos quais 586 mil sem CNPJ.

Evolução taxa de desemprego

Beneficiários chegaram a diminuir

Apesar do incremento da força de trabalho, e principalmente pelo aumento de trabalhadores com carteira assinada, o número de brasileiros com plano de saúde teve uma leve redução entre 2018 e 2019. Esse é o dado que mais chama a atenção no relatório divulgado pela ANS (Agência Nacional de Saúde) em fevereiro de 2020.

O relatório apresenta os números referentes ao mês de dezembro/19 e mostra que no período o setor totalizou 47.039.728 (*) beneficiários em planos de assistência médica em todo o Brasil, mostrando uma pequena redução em relação ao mesmo período de 2018, que apresentou 47.100.199 beneficiários.

Variações por estado

Os dados de dezembro detalhados por Unidade Federativa (UF) mostram que houve aumento na quantidade de beneficiários em planos de assistência médica em 11 estados, sendo Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro os líderes em números absolutos. Por outro lado, os estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul os que tiveram a maior redução.

 

Beneficiários por estado

Aumentos de preços

Não existe consenso entre os especialistas em relação ao motivo da estagnação do setor de planos de saúde no últimos anos. Pesquisas apontam que o aumento dos valores dos planos desencorajam o beneficiário pessoa física, bem como a empresa a contratar um plano de saúde para os seus funcionários.

Os beneficiários argumentam que os planos de saúde tiveram reajustes muito superior a inflação declarada nos últimos anos, o que é uma verdade, porém os convênios justificam que não conseguem manter os custos inflados pela regulação exagerada do governo e pelo aumento dos custos de exames e medicamentos, bem como pelo elevado índice de fraudes cometidas pela rede prestadora de serviços.

E para o ano de 2020 ?

Em janeiro de 2020, o Ministério da Economia divulgou uma previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,40% , um número muito superior se comparado aos 1,17% previstos para o PIB de 2019 (percentual de 2019 ainda não foi fechado).

Sobre o número de empregados com carteira assinada, a consultoria Tendências é uma das que estão otimistas com o cenário de emprego em 2020. A casa acredita que 1,8 milhão de pessoas deverão conseguir um trabalho, das quais a metade, 900 mil dessas vagas, será com carteira de trabalho assinada.

Aparentemente as perspectivas para 2020 são animadoras, porém é necessário que o setor de saúde acorde para a nova realidade e reduza os seus custos e desperdícios, para que o aumento do número de trabalhadores reflita no incremento do número de beneficiários dos planos de saúde.

 

(*) - A ANS lembra que os números podem sofrer modificações retroativas em função das revisões efetuadas mensalmente pelas operadoras.

 

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