Nova pesquisa do Instituto Datafolha publicada em junho, aponta que a situação da saúde é classificada como abaixo da média pelos brasileiros.
A pedido do Conselho Federal de Medicina - CFM, o Datafolha entrevistou 2.087 pessoas, que responderam um questionário detalhado sobre a percepção da saúde brasileira. A pesquisa foi realizada no período de 09 a 16 de maio e obteve os seguintes resultados:
Dos entrevistados, 55% consideram a saúde pública e privada ruim, 34% consideram regular e apenas 10% classificaram com boa ou ótima.
Para fazer a avaliação, os entrevistados utilizaram notas de zero a dez, em que zero significa péssimo e dez significa excelente.
Dificuldades no atendimento do SUS
Apesar da pesquisa abranger o setor de saúde como um todo, o SUS foi analisado de forma particular, uma vez que é o serviço universal de saúde do brasileiro.
Os entrevistados que deram nota entre 0 (zero) e 6 (seis) ao SUS indicaram os principais motivos para o mau atendimento do sistema único de saúde:
- 24 % reclamam do tempo de espera para atendimento;
- 15 % afirmam que faltam recursos financeiros para o SUS;
- 12 % acreditam que existe má gestão do SUS por parte de seus responsáveis;
- 10% afirmam faltar médicos para prestar atendimento;
- 10% afirmam ter dificuldade para agendar os procedimentos e consultas;
O SUS em alta
Mesmo com tantos problemas apresentados, cerca de 88% dos entrevistados afirmam que o SUS deve ser mantido. Segundo representante do CFM, "esse alto percentual indica que propostas como a de criação dos chamados planos populares, não foram bem aceitas" pela população.
Perfil dos usuários de saúde
A pesquisa teve abrangência nacional e ouviu pessoas de ambos os sexos, com idade superior a 16 anos, sendo que 59% delas residentes no interior do país e 41% nas regiões metropolitanas.
O tempo de atendimento vem piorando
O estudo ainda apontou uma piora do tempo de atendimento da população nos últimos 4 anos.
Segundo os pesquisadores, no período de realização do estudo em Junho/18, a situação dos entrevistados era a seguinte:
- 34% aguardavam fazer uma cirurgia;
- 32% buscavam uma consulta médica;
- 31%, aguardavam para fazer exames.
Já em 2014, uma pesquisa do mesmo tipo identificou que "apenas" 29% dos que haviam pedido exame, cirurgia ou consulta ainda aguardavam um desfecho após seis meses. Em 2018, esse percentual passa a ser de 45%, quase duas vezes maior.
O resultado da pesquisa será apresentado durante o XIII Encontro Nacional das Entidades Médicas (ENEM), que ocorre nos dias 26 e 27 de junho em Brasília. O estudo será também encaminhado aos candidatos das eleições de 2018, pois mostram o sentimento da população em relação à saúde praticada no Brasil.